No final do século XIV, o termo passou a ser usado em referência ao caso gramatical, vindo do francês antigo genitif ou diretamente do latim (casus) genitivus, que significa "caso que expressa posse, origem ou fonte." A palavra genitivus deriva de genitus, que é o particípio passado de gignere, ou seja, "gerar, produzir." Essa raiz vem do proto-indo-europeu *gene-, que significa "dar à luz, gerar," e que também se relaciona a termos sobre procriação e grupos familiares ou tribais.
Os gramáticos latinos acabaram confundindo o termo ao tentar traduzir o grego genikē (ptōsis), que significa "o caso geral ou genérico," usado para expressar raça ou tipo. O grego genikos se refere a algo "pertencente à família," e vem de genos, que significa "família, raça, nascimento, linhagem," compartilhando a mesma raiz proto-indo-europeia que o latim. Como o genitivo também indica posse e os romanos "não eram muito adeptos de abstrações" [Gilbert Murray], isso gerou certa confusão.
The Latin genitivus is a mere blunder, for the Greek word genike could never mean genitivus. Genitivus, if it is meant to express the case of origin or birth, would in Greek have been called gennetike, not genike. Nor does the genitive express the relation of son to father. For though we may say, "the son of the father," we may likewise say, "the father of the son." Genike, in Greek, had a much wider, a much more philosophical meaning. It meant casus generalis, the general case, or rather the case which expresses the genus or kind. This is the real power of the genitive. If I say, "a bird of the water," "of the water" defines the genus to which a certain bird belongs; it refers to the genus of water-birds. [Max Müller, "Lectures on the Science of Language," 1861]
O latim genitivus é um mero erro, pois a palavra grega genike nunca poderia significar genitivus. Genitivus, se fosse para expressar origem ou nascimento, em grego seria chamado de gennetike, e não genike. Além disso, o genitivo não expressa a relação de pai para filho. Embora possamos dizer "o filho do pai," também podemos afirmar "o pai do filho." Genike, em grego, tinha um significado muito mais amplo e filosófico. Significava casus generalis, o caso geral, ou melhor, o caso que expressa o gênero ou tipo. Essa é a verdadeira essência do genitivo. Se eu digo "um pássaro da água," "da água" define o gênero ao qual aquele pássaro pertence; refere-se ao grupo dos pássaros aquáticos. [Max Müller, "Lectures on the Science of Language," 1861]
O substantivo que significa "o caso genitivo na gramática" surgiu na década de 1610.