No início do século XV, a palavra familia era usada para se referir a "servos de uma casa". Ela vem do latim, onde familia designava "os servos de uma família, os domésticos de forma coletiva" e, por extensão, "membros de uma casa, a propriedade, o lar, incluindo parentes e servos". Essa palavra é um substantivo abstrato formado a partir de famulus, que significa "servo, escravo", embora sua origem seja incerta.
No latim, raramente familia era usada para o sentido de "pais e filhos", que era mais comumente expresso por domus (veja domestic (adj.)). Entre os derivados de famulus, encontramos famula (que significa "mulher serva, criada"), famulanter ("de maneira servil"), famulitas ("servidão"), familiaris ("do lar, privado"), familiaricus ("dos escravos da casa") e familiaritas ("amizade íntima").
No inglês, o uso da palavra para descrever um "grupo coletivo de pessoas que formam um lar sob uma única liderança e governo doméstico, incluindo pais, filhos e servos, e às vezes até inquilinos ou hóspedes" [Century Dictionary, 1889] é atestado desde a década de 1540. A partir da década de 1660, passou a ser usada também para se referir a "pais e filhos, independentemente de viverem juntos ou não", além de um sentido mais amplo de "pessoas unidas por laços de sangue, como tios, tias e primos". Anteriormente, no entanto, era usada para designar "aqueles que descendem de um ancestral comum, uma linhagem" (década de 1580).
Com o tempo, o termo passou a ser usado para descrever "qualquer grupo de coisas classificadas como parentes com base em características distintivas comuns" (década de 1620). Na biologia, como uma classificação científica, passou a ser usada para designar a categoria entre gênero e ordem a partir de 1753.
No latim, familia era frequentemente traduzido para o inglês antigo como hired ou hyred, que significavam "família, casa, séquito" (veja hide (n.2)). Também era traduzido como hiwscipe, hiwræden e hiwan, que se referiam a "membros de uma família, casa ou comunidade religiosa". Essas palavras são cognatas com o nórdico antigo hjon ("membro da casa; casal; servo doméstico") e com o alto alemão antigo hiwo ("marido"), hiwa ("esposa"). Também têm relação com o lituano šeimyna ("família"), o gótico haims ("vila") e o inglês antigo ham ("vila, lar") (veja home (n.)). Um glossário do século XV traduz familia do latim para o inglês médio como a menge, que vem do anglo-francês maisnie, significando "a casa, todo o séquito que acompanha o senhor feudal em sua residência".
Como adjetivo, a palavra começou a ser usada por volta de 1600. O significado de "adequado para uma família" surgiu em 1807. A expressão Family values foi registrada em 1966. A frase in a family way, que significa "grávida", apareceu em 1742. O termo Family circle é de 1809. Já family man, que se refere a "um homem dedicado à esposa e filhos, que leva uma vida familiar", foi registrado em 1856. Antes disso, em 1788, a expressão tinha um significado pejorativo, referindo-se a "ladrão", originado do uso de family em gíria, que designava "a irmandade dos ladrões". A expressão Family tree, que significa "diagrama das relações de parentesco", é atestada desde 1752.
He was dressed in his best Coat, which had served him in the same Capacity before my Birth, and possibly, might be but little short in Antiquity, to the Root of his third Family Tree; and indeed, he made a venerable Figure in it. ["A Genuine Account of the Life and Transactions of Howell ap David Price, Gentleman of Wales," London, 1752]
Ele estava vestido com seu melhor casaco, que o acompanhara em sua função antes mesmo do meu nascimento e, possivelmente, poderia ser quase tão antigo quanto a raiz de sua terceira árvore genealógica. E, de fato, ele fazia uma figura venerável com ele. ["Um Relato Genuíno da Vida e Atos de Howell ap David Price, Cavalheiro do País de Gales", Londres, 1752]